sexta-feira, 30 de abril de 2010

"...obrigado Lula, essa é a 'esquerda' que queremos dentro da américa latina"

Nosso presidente conseguiu fazer uma política que atraiu olhares no mundo todo, e como temos visto, agradou grande parte dos chefes de Estado das maiores potências. Fato simbolizado com o presidente Obama, que chamou o Lula de "o cara". Todo mundo viu isso, mas ta aí o link: http://www.youtube.com/watch?v=XwseO4eJn3w

Para melhorar a situação histórica do presidente, essa semana saiu na Time um ranking com os líderes mais influentes do mundo, com Lula no topo da lista, ééé...isso mesmo, no TOPO da lista. A matéria está em inglês, no site da Time (uma revista que como bem argumentou o palpiteiro em seu blog, pode ser chamada de tudo, menos de petista). O nosso antigo presidente, aquele que sabe falar inglês como a tucanada gosta de lembrar, deveria traduzir o texto pra gente divulgar a notícia.


Venezuela, Cuba, Argentina e Uruguai criaram em 2005 um canal de TV multiestatal, a Telesur, arrumando briga com grandes grupos de comunicação, provocando a ira dos EUA, que inclusive tentaram boicotar as transmissões do canal (vale a pena ler a matéria sobre isso).
Aqui no Brasil o cenário tá um tanto diferente. A gente continua vendo a Globo, as vezes a record, a band, SBT e a TV Cultura se ela sintonizar bem na tua região e vc tiver saco pra esperar algo realmente bom naquela programação maluca...Os seis maiores grupos de TV (Globo, SBT, Band, Record, EBC e Redetv) ainda dominam 90% do total de emissoras do país, e alguns "expoentes" do jornalismo brasileiro (boris casoy, miriam leitão) insistem em dizer que estamos passando por um processo de censura midiática apoiado pelo governo federal. Faltou lembrá-los que as concessões de mídia no Brasil são dadas pelo governo federal, e como sabemos, Lula deixou as coisas como estão. 90% e pronto.
Sofremos censura midiática ou falta de acesso aos meios de comunicação?


A Telesur é UMA, das DUAS, emissoras públicas que existe na Venezuela. Os outros 46 são particulares, fora os outros tantos de sintonia por assinatura. É só ter dinheiro e se divertir assistindo à programas feitos em sua maior parte nos EUA e Europa.

A abertura desse canal (Telesur) em 2005 não recebeu tanto destaque como as notícias da Cicarelli e suas peripécias marítimas com o parceiro na Espanha, ou em caso mais recente, o episódio da pobre Isabela, a que foi jogada da janela e gerou uma comoção nacional difícil de explicar num país que mata suas crianças de dor de barriga sem que as pessoas se dêem conta.

Barriga pode, janela é pecado.


Destaque mesmo pela mídia brasileira recebeu a RCTV, uma emissora com clara posição anti chavista que foi fechada mais de uma vez por motivos vários e que devemos sim procurar entender os porquês e poréns.
A Globo usou até a jogada de mostrar os trabalhadores da RCTV chorando por perder o emprego e tudo.
Foi tão noticiado isso que a confusão gerada fez com que hoje as pessoas lembrem menos da RCTV do que o fato de Chavez ser um "ditador".


Fato é que, querendo enchergar ou não, estamos passando por um processo de 'tentativa' de integração entre vários governos na América Latina. A Telesur é só mais um braço disso. Ainda tem a Unasur (União de Nações Sul-Americanas ), a Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da América), e o Sucre, que é uma tentativa para a criação de uma moeda local que faça frente ao dólar nas transações entre os países que compõe a ALBA (Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua, Dominica, Equador, e os pequenos, Antigua e Barbuda, São Vicente e Granadinas).


O governo federal está vendo tudo isso, de longe, utilizando da arte do joão-sem-braço. Pouco opina, não entra no meio, mas também não fala mal. O recado do Brasil é claro: "quer se integrar, se integre. Eu é que não vou arrumar briga com os yankes".

A mídia faz a parte dela, omite.

Os EUA mandam outro recado: "nem vem com essa de integração, vocês tão fazendo é ditadura"...

...e sobra um recado direto de Washington para o brasil:
"obrigado Lula, o Brasil é a 'esquerda' que queremos dentro da américa latina. 90% e pronto.

Geógrafo

Você sabe desenhar e interpretar mapas
E neles traça inenarráveis rotas
Munido apenas de seus pés, mochila, cantil,
E de uma direção qualquer, fornecida pela intuição.
È o instinto que lhe revela os horizontes mais variados,
Conhece a Caatinga e os Pampas,
A Amazônia e os Cerrados,
A Mata Atlântica e seus biomas associados.
Além de ter apreciado o Pantanal.
E isso tudo instiga de tal forma a curiosidade,
que sente inevitável vontade
De, empiricamente, conhecer novas culturas, pessoas, sociedades,
E também de deixar os seus rastros em territórios estrangeiros.
Não sem dor, carrega o fardo da história de sua ciência,
E sabe muito bem do inglório passado das guerras contemporâneas
Conhece os motivos atuais dos conflitos,
Como a disputa pelo ouro negro,
O desespero pela água,
O tráfico de drogas, armas... o contrabando,
A especulação imobiliária, os problemas fundiários
E a eterna disputa pelo poder supremo.
Apesar de conhecê-los tanto, é fato,
Jamais irá entendê-los, compreendê-los.
Você conhece a realidade do desaparecimento das culturas,
E das diversificadas etnias,
Sabe sobre a mundialização do indivíduo, e da alienação generalizada.
Conhece de perto as desigualdades sociais do seu país.
Sente nojo da opulência dos ricos,
mas as vezes, come com eles dos mesmos manjares,
e freqüenta os mesmos lugares.
Noutras vezes vai ter com os pobres e miseráveis
Uma conversa sobre sua luta diária em busca de pão, cigarro e um sorriso
E com eles divide um pedaço de queijo, outro de lanche,
Partilha com eles as esperanças de um país melhor.
Você sabe da devastação florestal, da extinção das espécies
E a iminência de nos vermos a sós no planeta.
Do aquecimento global e seus conseqüentes efeitos
Nas geleiras, nas calotas e nas praias.
Sabe como ninguém dos perigos de um colapso ambiental.
Ainda assim acredita em mudanças profundas,
É por elas que diariamente você protesta, xinga, luta.
Por acreditar num mundo melhor,
Você estuda, pesquisa, divulga, discute.
Por crer nesse nosso país, quer dar aulas,
E ensinar os alunos a fundamentar as críticas à sociedade,
A propor novidades e exigir melhorias.
Quer aprender com o brilho dos olhos deles a sonhar inocentemente,
E enxergar nesses sonhos o futuro que juntos almejam.
Assim é você, geógrafo, conhecedor do país e do mundo
Um militante em prol da humanidade. Da vida!
Da sua, nossa vida! E você vive intensamente.
Por isso tanto se diverte. E bebe, e fuma, e festeja,
Ri alto, ri alegre, ri verdadeiro.
É tachado de louco, inconveniente, transviado, sonhador.
Não importa. Também assim rotularam seus mestres.
Siga sempre...
E não ligue. Compreenda que para essas pessoas que rotulam,
A vida é fria e triste.
Ela se resume a um dia acomodado no sofá!

Texo de Henrique Ramos (Maza), um estudante da geografia que ainda não tive a oportunidade de conhecer.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

para começar, de fato. - O IPCC, o Aquecimento Global, e os mitos das "verdades inconvenientes"

Recomendo à todos a leitura da matéria da edição de Abril da revista Fapesp sobre o que o veículo chamou de "campanha contra o IPCC".

O IPCC é o "Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas", braço das Nações Unidas que cuida de assuntos sobre o clima e mudanças climáticas. O modo de ação do IPCC é interessante, e ao que parece, democrático... Na própria reportagem da revista podemos entender um pouco de como se tomam as decisões dentro do painel.
Resumidamente, o painel reúne cientistas voluntários escolhidos por região em todo o mundo, organizando grandes plenárias onde se discute teses da comunidade científica mundial, gerando extensos relatórios com os resultados.

Pois bem. O IPCC vem defendendo há anos a idéia de que o planeta Terra está num processo de aquecimento global proveniente de causas antropogênicas, ou seja, um aquecimento do mundo inteiro causado pelo homem.
Algumas das consequências desse aquecimento preconizado pelo IPCC seria o aumento do nível do mar, seca em regiões úmidas como a amazônia, e um aumento na intensidade de processos naturais como tempestades e furacões, gerando as tais catástrofes que temos visto em diversos filmes, documentários e matérias jornalísticas que se tem lançado por ai.

A ciência, que necessita a rigor de um método científico, é baseada em modelos que podem ser normalmente questionados. É assim que a física relativista de Einstein surge respondendo o que a física clássica newtoniana não dava conta de resolver em estudos que envolvessem grande quantidade de matéria e energia. Isso permitiu a teoria da deformação do espaço e etc.... falta lembrar isso aos cientistas do IPCC...

Ocorre que raquearam (ou seja, roubo virtual) emails dos cientistas do IPCC, vindo à tona mensagens comprometedoras que evidenciaram a manipulação de dados que constavam nos relatórios do organismo. Entre as "gafes" do relatório, há algumas citadas na reportagem, como a utilização de dados não científicos da ONG WWF num relatório do IPCC que prenunciava o derretimento completo do gelo na cordilheira do Himalaia até 2035. Obviamente tiveram que admitir que a informação não tinha fundamento científico para constar o relatório.
Antes desse episódio, já havia cientistas que refutavam a idéia de aquecimento global, alguns defendendo inclusive hipótese contrária com a tese do resfriamento global. O físico PhD em Meteorologia, Carlos Molion é um dos que apóiam essa teoria, não tendo porém espaço na mídia como os chamados "aquecimentistas".

Na realidade o aquecimento global antropogênico tem sido tomado como verdade absoluta para grande parte da população e pelos grandes veículos de comunicação que transmitem as “análises” do IPCC sem qualquer problematização dos parâmetros usados pelo painel do clima. A matéria citada da Fapesp é um exemplo dessa posição. A edição entrevista diversos expoentes do painel, sendo reativa aos que questionam o aquecimento, colocando-os ao lado de grupos de interesse ligados à energia fóssil emissora de CO2, ao tempo que não abre espaço à "nenhum" cientista contrário às HIPÓTESES (que chamam de verdades) do IPCC. Os cientistas contrários à verdade absoluta do painel, são para a revista, conspiradores. Vale a pena ler a matéria e procurar questionar as teorias que nos estão sendo impostas:

http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=4098&bd=1&pg=1&lg=

A Terra tem um sistema ecodinâmico complexo e extremamente variável em cada região, onde o homem pode interferir em diversos aspectos que muitas vezes é difícil de mensurar. Só para simplificar com alguns exemplos, a simples perfuração de poços artesianos pode causar tremores de terra a distâncias quilométricas, uma vez que podem desestabilizar as rochas abaixo do solo. Esse exemplo ocorre em Bebedouro, interior de SP e está também em uma das reportagens da Fapesp deste mês:

http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=4105&bd=1&pg=1&lg=


Outro exemplo, também da revista Fapesp, são as queimadas na Amazônia que podem ter impacto de resfriamento, uma vez que camadas de partículas suspensas provenientes da queima da floresta formam nuvens negras que bloqueiam parte da luz solar, impedindo o contato direto com o solo, provocando diminuição das chuvas e da temperatura local. Também vale a pena ler:

http://revistapesquisa.fapesp.br/index.php?art=2107&bd=1&pg=1&lg=


Esses são exemplos simples que ainda estão sendo estudados e inclusive, passíveis de controvérsias admitidas pelos próprios pesquisadores.

....este trecho de um estudo geológico eu acho emblemático para mostrar essa dificuldade em se entender os processos naturais...segue:

“Se considerarmos que os eucaliptos atuam como absorvedores de água do solo, neste caso promoveriam o rebaixamento do nível freático e, desta forma, poderiam ser vistos como redutores da erosão e estabilizadores das encostas, diminuindo o assoreamento nos rios coletores principais. Por outro lado, este rebaixamento implicaria na perda de mananciais de água para os contingentes locais, indisponibilizando algumas fontes alternativas de abastecimento. Diante desta ambivalência, e levando-se em conta a ausência de suporte teórico para aplicação de modelos preditivos e de medidas preventivas, iniciamos uma pesquisa nesta região tendo em vista avaliar as respostas geo-hidroecológicas da introdução de monoculturas de eucaliptos na paisagem.”
(Link: http://www.seb-ecologia.org.br/viiceb/resumos/205a.pdf)

...ou seja, é difícil entender a simples plantação de monocultura eucalipal, mas é fácil (para o IPCC) entender o aquecimento em escala “global”....Os cientistas do IPCC são homens ou deuses?


A tentativa de se estabelecer um modelo que explique a mudança climática global a partir da ação humana torna-se uma tarefa dificílima já que os processos dinâmicos da natureza apresentam variabilidade de local para local. A possibilidade de um aquecimento de toda a Terra pode provocar uma gama de efeitos que ainda não podemos calcular, mas sim, imaginar e formular hipóteses.

É ai que está a relatividade dos argumentos ao se tratar de um tema com possíveis conseqüências mundiais.

Será mesmo que conseguimos aquecer a Terra inteira emitindo seis bilhões de toneladas de CO2 por ano, num sistema com fluxo natural de carbono envolvendo oceano, solo, vegetação e atmosfera que somam 200 bilhões de toneladas/ano?

A natureza transformada numa bolsa comercial de carbono é mais uma preocupação ambientalista, ou só mais um setor do sistema financeiro?

Será que nós, demasiado humanos, temos tanto poder manipulando apenas 7% da superfície terrestre?

Apelidar a monocultura de eucalipto transgênico de “reflorestamento” é mais uma ajuda ao planeta Terra? Quem ganha dinheiro com isso? Para que a Votorantim abriu a Votorantim Celulose?

O tal “aquecimento global” matará mais que a diarréia? Doença que vitíma até hoje, em pleno século XXI, 1,5 milhão de crianças a cada ano:

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1340736-5603,00.html


Qual é o nosso maior problema? O calor ou a distribuição de renda?

Porque estão transformando o clima no mal do século, e mandando os pobres fecharem as torneiras?

O problema da água está mesmo em quem escova os dentes com a torneira aberta ou nos defasados sistemas de irrigação para agricultura que consomem aproximadamente 69% de todo o gasto de água no mundo?

terça-feira, 27 de abril de 2010

Para começar...

Cria-se então mais um espaço, entre os milhões já criados em internet, para proporcionar os livres debates, as trocas de idéias, e, como apresento em título, as "Groselharias", termo que para mim simplifica a idéia de aqui poderemos, mesmo que seja eu comigo mesmo, literalmente, falar groselha.