segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Quantos matamos caro Watson?

Os Estados Unidos estão numa briga pouco casual com o Iraque.

No meio de toda a euforia da retirada de parte das tropas americanas do país, os representantes dos governos de Washington e Bagdá discutem se em Julho deste ano morreram 222 ou 535 pessoas em ataques no país. (?)



Ora, é mesmo digno as indagações deste nível? A quem interessa esse tipo de discussão?


O infeliz ex-presidente W. Bush invadiu o Iraque anunciando que o país tinha armas químicas de destruição em massa super high techs plus plus, e que seu dirigente, o finado Saddam, era um ditador malígno que merecia a forca.

Pois bem. Apertaram o pescoço do bigodudo num lugar escuro que dá medo - os vídeos estão na internet -, e permaneceram com as tropas americanas no país, com direito até a inserir as iraquianas de 12 anos num novo ramo de trabalho: a prostituição dedicada aos soldados jovens e sedentos por sexo.

Não precisa comentar que não acharam arma alguma. A opinião do ex-inspetor de armas da ONU é clara: Ex-inspetor de armas da Onu diz que guerra do Iraque ‘foi ilegal’


Desde 2003 o Iraque está sob ocupação militar. E depois de todas as atrocidades cometidas à um povo que já a muito não sabia o significado de paz, uma questão diplomática que ganha polêmica é:

Matamos 222 ou 535 mês passado?





Obs: A notícia de "mortos em ataque" é ambígua.
Fica difícil saber se os mortos sofreram de ataque cardíaco, ataque de stress ou ataques a bomba. No entanto, indiferente ao tipo de ataque, a cólera social de uma população totalmente lesada em sua soberania gera cidadãos suicídas a partir de um motivo comum: uma invasão cruel, e injustificada.

2 comentários:

  1. Ri, lendo sua matéria lembrei-me de uma conversa nossa sobre o que era patológico e o que era normal na sociedade, lembra? Que a gente até falou de solidariedade. Então o sociólogo que fala sobre esses assuntos, inclusive sobre suicídio, é Émile Durkheim. Depois eu te trago o meu texto dele..que está em Salto.

    Mas então, parece-me que o que é normal e patológico pode variar(não sei se Durkheim fala isso, eu é que estou falando). Em uma sociedade que assiste Datena, a discussão sobre quantas pessoas foram mortas mês passado não é tão absurda assim. Um dia pode ter sido patológico, hoje está se tornando assunto da hora da janta das famílias brasileiras...infelizmente é assunto, informação, sem nenhum senso crítico.

    A única reação que essas notícias causam, no caso de uma guerra em outro pais é "coitadinhos, o país deles vive em guerra". Se a notícia for do Brasil vira uma grande euforia cega atrás de cadeados, portões mais altos, cercas elétricas, câmeras e só.

    ...Sorte que alguns ainda ficam indignados de verdade.

    Verônica

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  2. "Quantos matamos caro Watson?" o título ficou muito bom! o texto tb, relamente é grande palhaçada o que o EUA faz, e a ONU caladinha sempre!

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