quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Realmente. Ríns, fígado e coração, tem sim preço.

A crença que temos na ciência e na capacidade da medicina, é a de que esses conhecimentos possam nos trazer benefícios, ou que tenham esse objetivo como principal.

A cura para a Aids, para o câncer, para as gripes suínas que só matam a quem nós não conhecemos, e várias outras doenças, é o que esperamos da "ciência" para que consiga desvendar, e procurar formas de beneficiar a nós, demasiado humanos.
Queremos de fato, a cura, e apostamos nos homens de branco que sentam à mesa de seus consultórios nos hospitais públicos e particulares todos os dias. Acreditamos também naqueles que estudam em seus laboratórios, produzindo novas fórmulas e meios de curar os males que nos assolam.


A divulgação de casos sobre "falsos médicos" é algo que tem se tornado corriqueiro. Ano a ano acompanhamos manchetes de médicos de várias áreas que atendem sem diploma, ganhando dinheiro em cima da boa fé do cidadão comum. A última está nos jornais:


"Falso médico já estaria atuando como obstetra e ginecologista em 2008"



Mais do que a sensação de ter sido enganado, esse caso leva a um constragimento moral enorme a quem já foi atendido por esse maluco.
Uma mãe leva a filha pré-adolescente a um ginecologista, com a intenção de que a mesma faça perguntas, entenda seu corpo, saiba identificar problemas. No entanto, é atendida por alguém que talvez não conheça o significado de uma genitália.
O cara está no 9° semestre de medicina por uma universidade particular em Nova Iguaçu, e já estava fazendo partos. Possívelmente ele acredita que não há diferença entre um médico formado, e uma parteira daquelas que antigamente faziam trabalho de parto nas residências.


Ingenuidade é pensar que essas picaretagens provém apenas de alguns particulares mal intensionados. A indústria farmacêutica age de forma corporativizada fazendo muitas vezes mais mal que esses indivíduos incosequêntes. Escrevi sobre isso a pouco tempo:

"Rins, fígado, e coração. Tem preço?"

"A transformação da saúde em um comércio perverso"


E no devir de praticar denúncias sobre esses escândalos da saúde, segue mais uma:

É o caso de uma farmacêutica que produzia artigos de propaganda através de falsos artigos científicos.

O esquema se baseia colocar um artigo sobre tal medicamento, assinado por um cientista, numa grande revista científica.
No artigo, suprime-se os efeitos colaterais do remédio, ressaltando o bem que ele possa fazer. Dessa forma, o artigo tem aspecto científico, mas na verdade é propaganda.

O esquema é da farmacêutica Wyeth, hoje incorporada à Pfizer.

Um dos remédios que ela propagandeou dessa forma é o Prempro, usado para reposição hormonal em mulheres na menopausa.
O medicamento gerou uma ação pública, onde 14 mil pessoas nos EUA acusam-no de aumentar o risco de câncer de mama.

Ríns, fígado, coração, mama, genitália. Tudo isso tem preço. E seus valores entram no bolso dos que ganham dinheiro em cima da boa fé de nós, que compramos remédios procurando a cura, e não um novo câncer.

A matéria completa sobre o esquema da empresa está aqui:

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-propaganda-disfarcada-de-artigo-cientifico

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